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Afinal: a arte sempre vale mais depois que o artista morre?

Imagem: Heitor Prazeres no atelier, 1963. Imagem: Divulgação CCBB

 

Poucas frases são tão repetidas no mercado de arte quanto: "O trabalho do artista só é reconhecido depois da sua morte". Embora isso seja verdade em alguns casos, é um mito quando tratado como regra. A valorização póstuma pode acontecer por diferentes motivos — a escassez de novas obras, a comoção pública ou o reposicionamento crítico de um artista — mas, sem um trabalho ativo de preservação e promoção, muitas carreiras desaparecem rapidamente da memória cultural.

 

1. Casos em que a morte impulsionou a valorização

Imagem: Vincent van Gogh. Self-Portrait with a Straw Hat, 1887. Acervo: The Metropolitan.

 

Vincent van Gogh é o exemplo mais emblemático: vendeu apenas uma obra em vida, mas hoje está entre os artistas mais caros da história. Jean-Michel Basquiat também teve um salto de valor expressivo após falecer precocemente, impulsionado por um mercado atento e pela promoção ativa de galeristas e colecionadores influentes. Mais recentemente, artistas como Lucian Freud e Cy Twombly também viram suas obras atingirem recordes de preço pouco depois de suas mortes, graças à combinação de legado sólido e gestão ativa dos acervos.

 

2. Quando a morte significa esquecimento

Imagem: Exposição "Hilma af Klint: Paintings for the Future" no Museu Guggenheim em 2019.

 

O oposto também acontece — e com frequência. No Brasil e no mundo, inúmeros artistas consagrados em vida caíram no anonimato após o falecimento. Hilma af Klint, hoje celebrada como precursora da abstração, teve sua obra ignorada por décadas até ser redescoberta e valorizada quase 70 anos após sua morte. No Brasil, não são raros os casos de artistas com participação em Bienais e coleções importantes que, sem um galerista, curador ou herdeiros ativos, foram praticamente apagados do mercado.

 

3. O papel dos herdeiros na valorização póstuma

Além de galeristas, marchands e curadores, os herdeiros desempenham um papel fundamental na continuidade da carreira de um artista. Cabe a eles manter o acervo organizado, preservar a memória, facilitar empréstimos para exposições, incentivar publicações e dialogar com instituições e colecionadores. Sem essa atuação, o risco de dispersão das obras, perda de documentação e esquecimento aumenta consideravelmente.

 

4. Por que isso acontece?

Imagem: Artista Rubem Valentim (1922 - 1991), em seu atelier em São Paulo, nos anos 1990. Cortesia: Masp.

 

A valorização de um artista depende de um ecossistema: documentação cuidadosa, circulação de obras em exposições, presença em coleções relevantes, publicações especializadas e uma rede ativa de promoção. Quando esse trabalho cessa, o interesse e a memória se esvaem — e o mercado, que é competitivo e seletivo, segue para o próximo nome em evidência.

 

5. A importância da preservação ativa

Para que um artista mantenha relevância, mesmo após sua morte, é essencial que haja agentes — galeristas, marchands, curadores, instituições, colecionadores e herdeiros — comprometidos em preservar, conservar e divulgar sua obra. Isso é ainda mais urgente no Brasil, onde a fragilidade da preservação histórica torna comum o desaparecimento de legados artísticos.

 

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