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Por que a arte tem valor? Amor, social e investimento

Imagem: exposição “Alfredo Volpi: Volpi Popular” no Museu de Arte de São Paulo (MASP), de 25/2/2022 a 31/7/2022. Cortesia MASP.

 

“Um colecionador tem um dos três motivos para colecionar: amor genuíno pela arte, possibilidades de investimento ou sua promessa social. Nunca conheci um colecionador que não fosse estimulado pelos três.” - Emily Hall Tremaine, colecionadora (1908–1987)

 


1. Valor comercial: como se precifica uma obra de arte?

Imagem: Painel “Eu Vi o Mundo... Ele Começava no Recife” de Cícero Dias. 

 

Diferente de outros artigos de luxo, a arte não oferece um uso prático imediato. Não serve para vestir, abrigar ou transportar. O que, então, justifica seu preço? A resposta está no contexto de mercado:

Mercado primário

É onde a obra é vendida pela primeira vez, geralmente em galerias ou diretamente pelo artista. A precificação considera:

- Tamanho da obra

- Técnica (óleo, guache, bronze, etc.)

- Número de tiragens (gravuras, esculturas, fotos…)

 

Mercado secundário

Envolve revendas — leilões, antiquários ou colecionadores. Aqui, entram em jogo fatores como:

- Oferta e demanda

- Reputação do artista

- Raridade e liquidez

- Histórico de exposições

 

Obras de artistas consagrados tendem a formar mercados globais com mais liquidez e valor potencial elevado. Mas com isso também vêm riscos, como a falsificação.

 

De acordo com Tom Holving, ex-Diretor do Museu Metropolitan, é possível que cerca de 40% das obras em circulação sejam falsas.

 

2. Valor social: entre aparência e conexões reais

Imagem: SP-Arte 2025, no Pavilhão da Bienal, no Parque Ibirapuera. Cortesia: CNN Brasil.

 

O valor social da arte se manifesta em diferentes níveis — nem sempre com o mesmo grau de profundidade.

Em sua forma mais superficial, ele pode estar ligado ao desejo de exibir poder, sofisticação ou status. Há quem colecione arte como símbolo externo de sucesso, escolhendo obras que impressionam os outros mais do que a si mesmos. Nesses casos, o foco está em como a arte é percebida publicamente — “colecionar para os outros”.

 

Mas existe um valor social muito mais significativo: o que nasce das conexões humanas criadas a partir do convívio com a arte. Colecionadores, artistas, curadores, pesquisadores, galeristas — a arte aproxima pessoas com repertórios e visões de mundo únicos. Muitos vínculos profundos, amizades e parcerias intelectuais surgem justamente nesse universo.

Participar desse circuito — frequentando exposições, feiras, leilões e encontros — não apenas amplia o acesso ao conhecimento, mas gera experiências enriquecedoras. A arte, nesse contexto, é um campo de trocas culturais que pode transformar tanto quem coleciona quanto quem apenas observa com curiosidade.

 

3. Valor pessoal: o que te toca de verdade?

Imagem: Exposição “Emanoel Araujo, A Acestralidade dos Símbolos: África-Brasil” no Masp em 2018. Foto: Eduardo Ortega.

 

Imagine a seguinte pergunta: Se você pudesse ter qualquer obra de arte do mundo, mas ninguém jamais saberia e você nunca poderia vendê-la, qual escolheria?

 

Esse é o verdadeiro valor pessoal da arte. Aquele que se conecta com sua memória, seu gosto e sua emoção — sem precisar de validação externa.

 

4. Desenvolver o olhar: como aprender a ver arte com profundidade

Imagem: obra “Lute” (1967) de Rubens Gerchman presente na exposição “Histórias Brasileiras”, realizada pelo Masp em 2022. Foto: Isabella Matheus.

 

Apesar da ideia romântica de que a arte deve ser sentida espontaneamente, a maioria de nós precisa aprender a ver. Isso envolve:

- Estudar história da arte

- Conhecer a trajetória dos artistas

- Comparar obras e reconhecer qualidade

- Observar execução, domínio técnico e originalidade

 

Nas palavras do historiador Bernard Berenson: “O significado deve vir da visão, não das conversas.”

 

Com o tempo, o olhar se torna mais preciso e mais livre — capaz de identificar a qualidade em qualquer linguagem, técnica ou período.

 

5. Conclusão: o equilíbrio entre ego, cultura e valor

A arte é um dos poucos campos onde convivem emoção, patrimônio cultural e investimento. Saber identificar o que é verdadeiro, bem feito e relevante requer estudo — e paixão.

 

Arve | Arte com Verdade